Hoje comemoramos o Dia Internacional do Consumidor. Todos os anos ouvimos a história do famoso discurso de John F. Kennedy, enquanto presidente dos Estados Unidos da América, onde entre outras frases de efeito, foi dito: “somos todos consumidores”, no dia 15 de março de 1962.
Mas e o que é ser consumidor no Brasil?
Apresento minhas reflexões: ser consumidor no Brasil é ser antes de tudo vulnerável, não apenas porque a lei assim determina, não apenas porque a Constituição assim entende, é também porque diante dos diversos mecanismos de marketing existentes na atualidade, o consumidor não consegue discernir o certo do errado.
O quê? Eu, consumidor, estudado, esclarecido, não sei discernir o certo do errado?!
Pense bem, se em meio a era dos Youtubers, dos famosos no Instagram e dos vídeos do falecido Snapchat, você consegue distinguir o que é propaganda e o que é a vida “real” dessas pessoas… Se o bombardeio de propaganda nos canais de desenho animado da Tv por assinatura faz com que seus filhos decidam o que deve comprar ou pedir a seus pais… Se o brinquedo atrelado ao um lanche que para além de alimentar (se é saudável, não me perguntem, mas alimenta e a um baixo preço, se comparado com uma “alimentação saudável”) traz o símbolo da felicidade, porque é um lanche “feliz”… Se a troca quase que semestral de modelos de telefone celular (aliás, de “smartphone”) não é proposital para compelir a compra do novo modelo, porque tem duas câmeras (opa, três, aliás quatro câmeras…ou seriam lentes?! – não sei! Mas pouco importa saber isso, o importante é que ele é o modelo mais novo de uma das duas marcas mais cobiçadas)…
A gente tem chance de escolher? Alguns vão dizer: o consumidor é tratado como um incapaz! Desconhecem a diferença de incapacidade para vulnerabilidade! Fazer o quê?! Faz parte! O Discurso é necessário, ainda mais se for discurso de autoridade! Legitima a fala! Mas a Constituição continua lá, solene e serena, olhando tudo e pronta para ser usada em prol daqueles que ela elencou como seus, protegidos! Sim, o consumidor é vulnerável! Não esqueçamos disso!
Não aqui no Brasil! Lá fora, há quem diga, a legislação é diferente! É verdade! Não esqueçamos: vivemos no Brasil e devemos pensar o consumidor no Brasil! As teorias criadas lá fora, nos servem de base, de norte, de orientação, mas não rege as relações jurídicas tupiniquins.
O consumidor precisa ser lembrado.
Hoje é o dia dele, e nosso, porque afinal, somos todos consumidores!